Projeto Científico VI TAAS

Como arqueólogos, estamos acostumbrados en nuestro día a día a registrar e interpretar los sitios arqueológicos, describir en detalle los objetos, dibujar perfiles estratigráficos, tomar fotografías. Estamos acostumbrados a crear historias, imágenes y discursos sobre el pasado. Pero si pensamos que hemos creado sobre el pasado se basa en los hechos que hemos registrado, nuestras interpretaciones van, de hecho, no sólo la materialidad del lugar, objeto, paisaje, sino también a la materialidad del discurso. El pasado no es sólo lo que está escrito, pero es lo que se produce a través de la observación, documentación, practica, escritura, la fotografía, la grabación. El pasado es un conjunto de representaciones de lo que creemos. Diferentes personas en diferentes momentos en diferentes lugares hacen diferentes usos del pasado. Las personas tomam lo passado para crear un sentido de identidad y comprender su mundo propio. Sin embargo, nuestra experiencia del mundo nunca será igual a los demás, porque depende de lo que somos. Nuestro sexo, nuestra raza, nuestro contexto social, nuestro conocimiento, afectan nuestra relación con el pasado. Sólo hay un pasado, ya que sólo hay una arqueología. La pluralidad de la arqueología han creado diferentes discursos que crean a su vez diferentes realidades del pasado. Hablar del pasado es hablar de lo que hacemos y cómo lo que hacemos es hablar de lo que producimos y cómo se produce, es hablar de lo que decimos y lo que dejamos de hablar, se habla de la imaginación y la experiencia, y los discursos sobre el poder, sobre paisajes y la equidad, los límites y posibilidades. Hablar del pasado es hablar de cómo nuestra herencia latina nos convierte en seres activos en el proceso de creación de conocimiento. Si el pasado se crea en esto, entonces tenemos que entender su presencia y repensar el papel de la arqueología en la sociedad contemporánea.



Nascido do desejo de discutir as especificidades latino-americanas frente aos modelos teóricos anglo-saxões, o TAAS começa a ganhar forma em 1996 na Argentina, com a criação do primeiro Comitê Executivo, do qual fizeram parte Alejandro Haber da Universidade de Catamarca, Pedro Paulo Funari da Universidade de Campinas (UNICAMP), Irina Podgorny representante Junior do WAC, Norberto Luiz Guarinello do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP) e Eduardo Góes Neves do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. Em 1997 o Comitê Executivo define que o primeiro encontro do TAAS seria realizado no ano de 1998 em Vitória no Espírito Santo.
À este primeiro encontro em Vitória seguiu-se o TAAS de Olavarria em 2000, o de Bogotá 2002 e Catamarca 2007.
Mais recentemente sob a Coordenação Geral do Prof. Dr. Rodrigo Navarrete foi organizado o V TAAS na cidade de Caracas na Venezuela (Caracas 2010). Pensado a partir de 16 diferentes eixos temáticos, que incluíam discussões acerca de Arqueologia Pública; Gênero e Arqueologia; Arqueologia da Paisagem; Arqueologia e Patrimônio; Arqueologia, Terras e Territórios; Arqueologia e Comunidades Locais, Arqueologia e Política; Arqueologia e Simbolismo, o evento contou com a realização de quatro conferências, 17 simpósios e mais de 150 comunicações.
O aumento considerável no número de simpósios e participantes ao longo dos anos, principalmente nos encontros de Catamarca e Caracas mostra o quanto o desejo pelo debate teórico-metodológico cresceu dentro do continente sul-americano. Ao mesmo tempo a multiplicidade dos temas abordados evidencia o grau de maturidade que estas discussões alcançaram desde o encontro de Vitória em 1998.
Entre os resultados mais expressivos alcançados a partir destas reuniões estão o estímulo ao debate regional, a inclusão de novas vozes no debate acadêmico, a criação da primeira revista de arqueologia de caráter continental, a Revista Arqueología Sur Americana/Revista de Arqueologia Sul-Americana, publicada em conjunto pela Universidade de Catamarca e pela Universidade de Bogotá e a publicação da Declaración Transandina de Choya durante o IV TAAS de Catamarca, documento elaborado entre as comunidades indígenas chilenas e argentinas, juntamente com arqueólogos, antropólogos e geógrafos em defesa à memória e integridade cultural e patrimonial das comunidades indígenas andinas.
É neste ambiente de efervescência crescente que o VI TAAS, a ser realizado na cidade de Goiânia em 2012, sob a coordenação geral e científica do Prof. Dr. José Roberto Pellini e Prof. Dr. Julio Cezar Rubin de Rubin, vem celebrar a maturidade teórico-metodológica que alcançou a arqueologia sul-americana propondo uma ampla discussão sobre o papel dos arqueólogos latino americanos, frente às diferentes percepções do passado. O VI TAAS será realizado em conjunto com a III Jornada de Arqueologia no Cerrado e com a Semana dos Povos Indígenas de 2012.

Como arqueólogos, estamos acostumados em nosso dia a dia a registrar e interpretar sítios arqueológicos, a descrever detalhadamente objetos, a desenhar perfis estratigráficos, a fotografar, a ler e a escrever. Estamos acostumados a criar histórias, imagens e discursos sobre o passado. Mas se pensarmos que o que criamos sobre o passado é baseado nos fatos que registramos, nossas interpretações partem, na realidade, não apenas da materialidade do sítio, do objeto, da paisagem, mas também da materialidade do discurso. O passado não é apenas aquilo que é registrado, mas é aquilo que é produzido através da observação, da documentação, das práticas de escrever, fotografar, registrar. O passado é um conjunto de representações do que nós acreditamos ser o passado. Diferentes pessoas, em diferentes momentos, em diferentes lugares fazem usos diferentes do passado. Pessoas se apropriam, se engajam ou contestam o passado a fim de criar um senso de identidade e entenderem assim seu próprio mundo. Mas nossa experiência do mundo nunca será igual a dos outros, pois isto depende de quem somos nós. Nosso gênero, nossa raça, nosso contexto social, nossos conhecimentos, tudo afeta nossa relação com o passado. Não existe apenas um passado, assim como não existe apenas uma arqueologia. A pluralidade de arqueologias gera diferentes discursos que por sua vez criam diferentes realidades do passado. Falar sobre o passado é falar sobre o que fazemos e como fazemos, é falar sobre o que produzimos e como produzimos, é falar sobre o que falamos e o que deixamos de falar, é falar sobre imaginação e vivência, sobre discursos e poder, sobre paisagens e patrimônio, sobre limites e possibilidades. Falar sobre o passado é falar sobre como nossa herança latinoamericana nos transforma em seres ativos no processo de criação do conhecimento. Se o passado é criado no presente então precisamos entender sua presença e repensarmos o papel da arqueologia na sociedade contemporânea.

Dr José Roberto Pellini
Dr Julio Cesar Rubin de Rubin